Não tenho uma palavra a dizer. Por que não me calo, então? Mas se eu não forçar a palavra a mudez me engolfará para sempre em ondas. A palavra e a forma serão a tábua onde boiarei sobre vagalhões de mudez. (Clarice Lispector)
segunda-feira, 23 de março de 2009
Ás vezes é melhor que a escrita se cale,quando por dentro ressoa uma explosão de palavras que querem ser ditas,a incerteza,a certeza,o querer,o passado,o futuro,bom seria abrir os braços pela rua dando voltas de alegria após as reuniões,abraçar o que parece incerto,cruzar os dedos junto a mãos macias da felicidade.São tantas palavras que a escrita mais pareceria um texto de inglês traduzido no ensino fundamental!É melhor calar-me............
"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."(Clarice Lispector)
quinta-feira, 12 de março de 2009
Deserto em águas.........
Passos e mais passos.Existe algo como um deserto em baixo dos meus pés enquanto em minha volta há uma multidão desfrutando das águas da chuva.Tudo é extremamente seco.Estou no deserto, porém como poderia existir um deserto em meio as águas da chuva? Chove para todos, enquanto racham meus lábios na sequidão, todos andam incansavelmente sobre as águas,dançam,alegram-se sobre as gotas refrescantes,lavam-se de si,enquanto arrasto-me sobre as racha duras da terra.Envergonha-me saber que seguíamos pelo mesmo caminho,mas enquanto enxergavam as águas,avistei apenas miragens,mas pareciam tão reais toquei as águas que não eram águas e sim areias secas,me enganei,sim,e como foi grave o engano que criei em meus pensamentos as águas eram claras e frescas,mas não havia nada somente sequidão.No silêncio do engano avistei-as seguirem seus caminhos, com seus corpos molhados pela agua sugada da chuva, gotas pingavam sobre seus cabelos,podia enxergar bem longe,era tão agradável aos meus olhos,por onde foram? Foram, deram-me as costas,fiquei só com meu orgulho.Esperem-me quero ir também.Mas COM RAZÃO deram-me as costa,e conformada em ter enxergado o enxergável,penso se toda esta beleza,este contentamento,estas águas que molham seus corpos são reais,realmente lhe trazem felicidade,fiquei,mas os rastros dos que foram ,deixaram questões vivas em mim:"As águas são reais para eles?"Será que apenas molham o exterior quando por dentro estão secos como o meu deserto?Se sim ou não,quebrou-se o orgulho as opiniões contrárias,com lembranças dos que aqui estiveram caminho lentamente,sigo em busca das mesmas águas por onde passam,procuro suas pegadas pelo chão,fecho os olhos enquanto caminho assim as miragens não me enganarão novamente,o resultado de tudo trouxe uma lição,um foco definido...
sexta-feira, 6 de março de 2009
Notas..
...Toquei meu singelo instrumento hoje, e em meu sopro sobre a doce flauta derramei todos os sentimentos ocultos cravados em mim, senti a liberdade enquanto o grito em notas se espalhavam transmitindo o som pelos cômodos da casa. As notas saiam como nunca em um som melancólico e desesperado, pareciam até que ao saiarem pela janela sobrevoando calmamente iam ao encontro dos próximos compassos, e assim retornariam com o arranjo completo, com as notas que preenchessem esta melodia em súplica. As notas que soam como gritos a fim de trazer a paz para a mente que se desvairava e que entorpece o caminho.Não há escrita em enigma que decifrem, talvez nem mesmo o único decifre, o silêncio em palavras deixam no ar o que deve ou não ser dito, mentiras, verdades, não sei. Na dificuldade deste arranjo lembro-me das partituras passadas, notas limpas tocadas com amor, dedicação, estudava em todos os aspectos a melhor forma de conduzi-las e soá-las a fim de que meus concertos procedessem perfeitamente a sua simplicidade,porém nem sempre havia agrado da platéia que a contemplava, ou talvez eu tenha esquecido as apogiaturas, eram tão pequenas que as deixei para trás mesmo sabendo que tornariam mais bela a musica entoada,estudaria novamente, se soubesse onde estão,as folhas na qual se encontravam tornaram-se velhas e as perdi,tenho ainda a melodia em minha mente,em minh'alma, porém não posso expressá-las e transmiti-las a uma nova folha, ainda não sei escrevê-las sem rasuras,mas as notas soam vivíssimas em meu interior, e aqui ficarão até que haja sabedoria para uma boa escrita.
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