Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora.
Vinícius de Moraes imagem:google.com
Não tenho uma palavra a dizer. Por que não me calo, então? Mas se eu não forçar a palavra a mudez me engolfará para sempre em ondas. A palavra e a forma serão a tábua onde boiarei sobre vagalhões de mudez. (Clarice Lispector)
quarta-feira, 25 de maio de 2011
segunda-feira, 23 de maio de 2011
UMA REVOLTA
Quando o amor é grande demais torna-se inútil: já não é mais aplicável, e nem a pessoa amada tem a capacidade de receber tanto. Fico perplexa como uma criança ao notar que mesmo no amor tem-se que ter bom-senso e medida. Ah, a vida dos sentimentos é extremamente burguesa.
LISPECTOR, Clarice, 1920-1977. Crônicas para jovens: de amor e amizade.Rio de Janeiro: Rocco Jovens Leitores,2010. Imagem:Google.com.
LISPECTOR, Clarice, 1920-1977. Crônicas para jovens: de amor e amizade.Rio de Janeiro: Rocco Jovens Leitores,2010. Imagem:Google.com.
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