Não tenho uma palavra a dizer. Por que não me calo, então? Mas se eu não forçar a palavra a mudez me engolfará para sempre em ondas. A palavra e a forma serão a tábua onde boiarei sobre vagalhões de mudez. (Clarice Lispector)
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Equilíbrio
Não há com fingir, admito a falta de equilíbrio. Falta-me um toque disso que desconheço, por isso volto ao nada, ele evita que haja escolha.Existem coisas que não escolhemos, existe o admirável poder da escolha, o nada subitamente vago,friamente não lembrado e sem contexto,o que não existiu não causa dor,aquilo que não existir não causará marcas.Vejo-te e sei como estás, falar-lhe foi dolorido, mas como poderia plantar uma nova semente?Certamente seu crescimento retardaria, é a falta de equilíbrio, tudo o que contemplo sobre a palma de suas mãos é de fato tentador, mas do que adianta enfeitar uma caixa vazia quando tudo o que tenho é o vazio do nada para retribuir-lhe? Certa vez em mim houve o tudo, não tinha a quem oferecer. Estes pés já caminharam na tentativa de fugir, fico aqui.Veja-me.É agradável contemplar-me?Se sim isso tudo é perfeito, se não, não se compadeça, o equilíbrio é meu alvo, pretendo encontrá-lo logo mais, não pense em nada, continue a sorrir em minha direção, és tão feliz!!Encanta-me esta clareza. Mas falta-me algo que hei de encontrar,equilíbrio diante do nada.
imagem:Google.com
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