Não tenho uma palavra a dizer. Por que não me calo, então? Mas se eu não forçar a palavra a mudez me engolfará para sempre em ondas. A palavra e a forma serão a tábua onde boiarei sobre vagalhões de mudez. (Clarice Lispector)
sábado, 25 de abril de 2009
Intervalos
Estou cativa numa sensibilidade inerente,esqueço-me aqui enquanto em algum lugar o pensamento procura resgatar forças para "deixar"...
Sobre os degraus da escada do meu quintal deleito-me em meus pensamentos libertos em torno de pedaços de tempo de vida.Tempo....constituido por seus acontecimentos ocorridos um após o outro,também constituído pelo intervalo da separação dos dois acontecimentos,pela
quantidade desse intervalo, a duração.
Definição óbvia,forte,posso então fazer meu tempo?Diminuir o intervalo do acontecimento?Como está então o tempo que estava antes do intervalo?Absorvo dia após dia o passado em meus olhos,enquanto meu olhar o prende no presente mas dentro algo pede para liberta-lo.
Tempo sobre tempo,tem sido longo o presente preso sobre o passado,passe então,gire seus ponteiros,retire seus pontos e virgulas.Retomando a razão,a força fraca vem do silêncio,sem palavras não há fases,somente absorção do futuro que passou e que passa pelo presente agora,conduzindo-me lentamente com seus intervalos ao futuro,antes,agora e depois....
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Um comentário:
seu texto é denso...
"a força fraca vem do silêncio" ... é lindo isto... parece uma pilha que guardo na gaveta e esqueço ela lá...e lembro dela quando preciso de ligar a lanterna, um rádio...
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