quinta-feira, 18 de junho de 2009

Espetáculos


Simples seria se os sonhos se tornassem reais, simples demais talvez, quão agradáveis seria ao palhaço de um espetáculo de circo ser em vida o que é em suas apresentações, ser como criança, gargalhadas, encarar a vida como bolha de sabão flutuante vão onde o vento levar. O roteiro de uma peça nos confunde ,por várias vezes vemos os próprios atores confundirem sua vida real com a vida perfeita de um personagem vivido por si.Assim também por vezes a inocência nos tornam platéia,nos tornam atores,cegam a possibilidade de que o bem possa vir a morrer no fim da história,confundem amores irreais,choramos por coisas sem nexo.
A realidade por vezes não nos permite olhar a expressão do ator e se emocionar, rir, chorar, amar junto a ele. Quando a mente se fecha em seu modo real nada é aplausível o suficiente,mas,pior que a possível tolice de viver por algumas horas a história irreal e se emocionar por alguns minutos como se a dor alheia e a alegria do próximo fosse nossa,pior que isso,é ter em mãos um roteiro real,sem palavras traçadas,sem final criado,estar em um jardim de rosas e não tocá-las pelos espinhos que podem vir a furar e sangrar,ou pelo simples fato de não colhe-las por medo de não saber cuidar,por medo deixar com que suas lindas pétalas venham a murchar.
Como se deve viver?Como almejar algo que não se sabe?Alguém vive assim. Nesta incerteza,como se o mundo não transmitisse som.Por todos os lados as pessoas vem e vão o tempo todo,quotidiano comum,apenas rotina seguida,levantar-se ao sair o sol,cumprir seu deveres,ver o sol se por e descansar quando a noite chegar.Ah!Quão bom seria se o tempo nos desse apenas um tempo para acrescentar um pontinho de nossos sonhos!Se por apenas alguns segundos atuássemos uma peça real, roteiro criado em nossos pensamentos, sabe, aqueles pensamentos que nos toma quando paralisamos por alguns segundos como se a alma saísse e quando voltamos em si rimos sozinhos. A vida realmente não nos permite isso,seremos apenas o que buscamos o que acrescentamos,mas se nos encontrarmos no jardim das mais belas e perfumadas rosas que o medo não nos impeça de colhe-las e exalar de seu agradável perfume.
Sentar-se na platéia e contemplar o espetáculo é realmente agradável, mas lembrar-se de viver o seu próprio e perfeito espetáculo é necessário, sem se importar com os aplausos ao final, o importante é sua vontade de aplaudir, afinal, nada mais é que a sua vida, a sua história.

Um comentário:

Canteiro Pessoal disse...

Cá dentro. Dentro de. Sinto o silêncio falante pela visita que faço em traços finos.

Priscila Cáliga