Não tenho uma palavra a dizer. Por que não me calo, então? Mas se eu não forçar a palavra a mudez me engolfará para sempre em ondas. A palavra e a forma serão a tábua onde boiarei sobre vagalhões de mudez. (Clarice Lispector)
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Voar e deixar
Já faz algum tempo que a escrita se calou, assim como muitas perguntas calaram-se sem respostas. Não que não surjam palavras,mas elas brotam em uma desordem contínua.
Conhecer o silêncio do querer profundo não foi tão aplausível, mas, algumas fases, por mais doloridas que sejam, são necessárias para a autoconfiança. Aquilo que almejamos nem sempre nos trazem calor,e por mais inexplicáveis que sejam algumas situações,não faria bem recordar e debater seus motivos,
Custa-nos dar os primeiros passos sozinhos, as mãos travam na direção da mão que nos seguram, mas um dia temos que andar só, isso realmente custou aprender.
Sobre a brisa calma fecho os olhos e vejo-me em liberdade. Sim.Estou certa disso pelo futuro que contemplo e não temo,é terrível e doloroso sorrir para as renuncias, porém, mais doloroso ainda seria congelar a pele em um frio sem fim.Reflito que o impossível seja mais prazeroso do que o que pode ser,ele nos leva a buscar e buscar até cansarmos e continuarmos querendo,noto que aquilo que podemos perde o brilho sedutor da busca.
Hoje, mesmo sem medo, pergunto-me, por que algumas lágrimas caem ao escrever isto, não sei se sou tão emotiva assim, na verdade quero o nada, almejo tudo, mas que o medo passe bem longe dos meus passos. se a vida é um grande livro a ser escrito, esse sentimento só traz atraso de capítulo ou perda total de felizes para sempre.
Penso que o silêncio respeita, mas torna-se incômodo em alguns casos, não sou uma admiradora da espera, ela me atordoa, ”sinto que meus gestos não existem” enquanto assinalo para o futuro. Acreditar no ideais é realmente lindo, a confiança é muito subjetiva porque não pode ser medida,é o que espero pra mim,essa escrita é agradável,sorrio pra ela sem precisar de um ombro.Que eu não ouça murmúrios sobre a independência,porque seguir escorando sobre ombros emprestados não era nada agradável.
Existem momentos de deixar de procurar respostas, deixar de tolerar vários minutos de atraso, deixar de dar sinais para o que não vai parar nesse ponto.
E voar com asas potentes para o futuro, nítido, sem esperas, sem necessidades.
imagem:Google.com
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Um comentário:
É o caso de se permitir alguns momentos de reflexão, partir para a autovalorização e seguir em busca de novos ventos. Os problemas existem e, é exatamente por isso que existem as soluções. É tão gostoso e emocionante quando encontramos a solução para um problema, que nos aflige já há tanto tempo.
Beijos,
Furtado.
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